domingo, 29 de maio de 2011

Uns rabiscos de amor que algum dia eu escrevi...

Podemos oferecer muitas coisas às pessoas. A frase seria melhor escrita com o acréscimo de "muitas" também antes de "pessoas". De fato, existem muitas delas em nossa vida. Cada uma nos procura pois busca algo que oferecemos.
Às vezes não entendemos exatamente o que elas querem.
As pessoas são consumidores e nós, ofertantes.
Outras vezes nosso produto já não é mais tão atrativo, já que a concorrência oferece:
a) mais amor;
b) mais afeto;
c) mais beleza.

Nosso mercado, ao contrário dos mercados puramente econômicos, não se restringe. Não falimos, não quebramos (por fora) e nem precisamos mudar os produtos que oferecemos. O tempo faz o que sabe, passa; e no vazio da pessoa que outros levaram entra alguém. Bom seria se os mercados fossem todos assim - infalíveis a quebras. Se o seu tênis não agradou na China não se preocupe: os chineses sairão de lá e quem quer que seja que passe a morar ali vai simpatizar com seu produto. Talvez até pareça muito bonito mas se os consumidores não forçassem os fornecedores a se adaptarem a eles, como nós, ofertantes, também poderíamos consumir o que quiséssemos?

"Não há oferta sem procura". E esta procura não parte da relação:

OFERTA DO PRODUTO <=> PROCURA PELO PRODUTO

Parte de:

OFERTA DE UM PRODUTO <=> (...)
|
PROCURA POR OUTRO PRODUTO <=> (...)

Quando oferecemos, buscamos ao mesmo tempo. Buscamos aquilo que nós não temos em quantia satisfatória. Mas o engraçado do amor é o fato de oferecermos ele e buscarmos a mesma sensação! É como alguém que vende milho mas quer comprar milho. E ele não quer comprar menos do que vendeu, quer na mesma quantidade ou adquirir até mais! Não há balança favorável em muitas coisas que oferecemos. Esta é a beleza de nos apaixonarmos e a tristeza de termos que alterar o que oferecemos para não perdermos a pessoa que rejeitou o produto. Nós oferecemos milho mas temos que nos contentar com o algodão.


Acontece quando você cursa Economia e está apaixonado. Aqueles conceitos sem graça que ficam lhe dizendo junto com "é assim que as coisas funcionam, é desta forma que o mundo gira". Pois bem, se apaixone e você vai ver que nada disto funciona, como as outras coisas são quando se ama...

P., quando o problema não é arrumar novas consumidoras e sim mudar aquilo que se oferta.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Post interrompido

Este era um post como qualquer outro. Falava sobre cair duas, três, quatro, todas as últimas vezes no mesmo buraco. Sobre o erro de pensar que poderia dar certo agora, que talvez esta fosse a mulher certa e ir parar lá. Raios não caem duas vezes no mesmo lugar porque não pensam. Mas ainda sim os raios caem com força suficiente para interromper o que este post tratava.

Eu interrompo um post para que não se interrompa uma vida. As ideias de verdade não morrem. Elas vivem. Nós não morremos, deixamos de existir. Nossa existência por definição nos leva adiante por desejar, acima de qualquer outra coisa, continuar existindo. Não somos como as ideias, imortais. Somos como as meras pessoas, que podem tornar-se eternas. Porém, é preciso levar em consideração que nossa existência se relaciona com a dos outros, e não é possível interrompê-la por nosso desejo. Nosso desejo maior é continuar existindo. Não confunda existir de uma forma diferente com deixar de existir. Por favor.

http://www.youtube.com/watch?v=A7ry4cx6HfY

"Eu tenho tanto pra dizer, então, continue próximo".
P.

domingo, 8 de maio de 2011

Observação sobre preterir

O título do último post soou estranho, não? Quando escutamos "preferir" e "preterir" não há tanto estranhamento assim, são palavras comuns e ações pertinentes aos outros. Costumamos dizer "prefiro", pois esta é a essência de nossas atitudes: a preferência e a inclusão das coisas para nossa posse. "Eu pretiro" é incomum ao ponto de não sabermos o que significa - os outros podem preterir mas nós não.

Preterir ou preferir... e aí, o que vocês preferem?

domingo, 1 de maio de 2011

Eu pretiro

http://www.youtube.com/watch?v=g2VnIovHI1Y

Você vai crescendo e suas escolhas vão afastando as pessoas.
Na verdade, as pessoas vão se afastando conforme você cresce.
É velha a ideia de que escolhas lhe fazem abrir mão dos preteridos.
Mas crescer não é necessariamente uma escolha.
Não é justo que você tenha de abrir mão de pessoas necessárias.
Ambos parecem ser inevitáveis.
Crescer sem abrir mão.
Esses sim, vivem.
Não é preterir as pessoas.
Tampouco preferir a si mesmo.
É só optar pelo que acha certo.
Mas mesmo não fazendo a mínima ideia mais do que é certo, as pessoas estão indo embora.
Então pelo que estou optando?
Não é por viver.
Que o crescimento levará a algum lugar, é certo.
Mas quem estará nesse lugar?
Realmente... o lugar é o que menos importa. São as pessoas que estão lá que importam. Não vivam para ir a determinado lugar. O caminho que vocês tomam até ele não é viver. E ainda bem. Senão, a vida terminaria no momento da chegada.
Não se deixem levar...

P.