quarta-feira, 23 de setembro de 2009

P. responde.

Bom, meu jeito de levar a vida?

Ou simplesmente é a vida que me leva? Eis uma questão que nunca saberemos responder. Alguns realmente acreditam que são totalmente donos de suas ações e... Do acaso? A ciência adora o acaso. Realmente, ele é uma porção de chalotas em nossa vida, um belo tempero.
Mas... Eu gosto de observar os rumos que a vida leva. Como brincar de tentar adivinhar o que vai acontecer, seguindo um raciocínio lógico. Funciona e não. Essa é a graça do tal destino. A parte que funciona, racional, realmente depende de nós. E a parte que surpreende (porque frustrar-se?) nossas espectativas não. As pessoas continuam me cativando a cada dia. Desapontando? (...)
O mais importante é que minha vida é feita de paixões. Pequenas, grandes, rápidas e algumas que viram rotina, ou melhor, fazem a própria. Nem por isso deixam de ser paixões. O segredo é esse... Apaixonar-se por muitas coisas, vivê-las de uma forma proveitosa e racional. Quando há paixão, há intensidade. E intensidade de nada tem em oposto a duração. Segundo Spinoza, aquela história que uma luz que brilha uma vez o faz de forma intensa, e a que brilha duas vezes, pisca com menor intensidade devido a maior duração, é papo furado. De certa forma, eu concordo. A intensidade de nossas vidas depende apenas de nós. E quanto mais tempo ela durar, poderemos descobrir todas as formas intensas de viver.
Já que aquela é sua forma de levar a vida, Bi, o que ajuda a te fazer feliz? O que, aparentemente, dá sentido a sua vida? Essa é uma reflexão que todos devem buscar.

P.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Som, luzes, câmera e lua nova.

Segunda feira à noite, aqui deste lado,
Está um tanto agitado para mim.
Som alto, luzes apagadas e uma lua nova
Que um tanto me lembra seu sorriso.
Tudo o que eu posso ver agora são as luzes amarelas da solitária rua lá de baixo e ter terríveis lembranças daquelas velhas noites em claro.
O relógio parado marca o início do fim da minha noite, se é que você me entende.
Eu espero que não.

Hoje vamos dar passos um pouco mais firmes,
Depois me diga se você gosta.
E você disse: ''Por mim tudo bem,
Eu vou a qualquer lugar.
Sim, eu disse qualquer lugar.''
O que mais eu posso dizer?
Estamos aqui faz um bom e longo tempo
E nada ainda me aconteceu.

O esplendor de um solo de guitarra, um sorriso
E todo aquele romantismo implacável,
Ou mesmo a falta dele.
Isso não me impede de nada.
E agora, eu ainda me encontro com o cheiro de cigarro de uma outra pessoa,
Misturada com a fumaça do ônibus lá fora e um pouco do seu cheiro natural,
Mas eu não ligo.

Acho que vou sair daqui agora.
Ir para um lugar onde há boas comidas e grandes amores.
Suponho que ficarei bem,
O copo ainda não se partiu,
A taça de vinho ainda não foi tomada,
A imaginação alertou que não, em nenhum lugar,
Longe ou perto daqui.

O tal lugar nem existe mais.
Faz tanto tempo desde que eu fui visitá-la,
Talvez você não seja mais a mesma.
Não da mesma maneira,
Não com o mesmo fulgor,
Nem no mesmo endereço.
Não mesmo.
E agora eu me despeço com um grande gole de vinho, sobrevivendo das luzes para fora da minha janela,
E além disso, não há nada que preencha toda essa minha falta de brio agora.



B. (em noite fria)

domingo, 20 de setembro de 2009

Então me diga.

Ela sabe quem eu sou,
Para onde vou,
Aonde habita a minha alma.
Preciso saber se ela realmente sempre acerta.
Dizem que não é nada de mais,
Mas eu não vejo dessa maneira.

Ela disse: ''Estou onde você está,
Eu vejo o que você vê,
Eu acredito no que você acredita.''
Ela me engoliu depois do café,
Ela gritou depois do sussurro,
Mas agora não sei o que eu sinto,
Então não me diga.

Mas ela disse: ''Eu estou onde você está,
Eu vejo o que você vê,
Eu acredito no que você acredita,
Vamos sentir juntos.''
Ela me partiu,
Me engoliu depois do café,
Gritou depois do sussurro,
E eu não sei mais o que sinto.

Eu disse: ''Estarei na esquina.
Estou rodando em volta de mim.
Mas eu não sei se quero,
Não sei se espero. ''
Acho que vou fugir,
Talvez fingir,
Porque eu não sei o que eu sinto,
Então me diga.

Você costumava a ser mais simpática,
Mas agora me joga do alto para baixo.
Eu disse: ''Eu não sei se quero,
Não sei se espero. ''
Talvez eu fuja,
Ou talvez apenas finja sentir.
Então não me diga mais.

B. (domingo bom é domingo em casa)

Vida e escolha. Vivendo de escolhas.

Bom, Pedro, quase não acho uma forma de responder sua pergunta por meio do Blog, na verdade, mal sei responder se estou realmete feliz ou tentando esconder dores passadas mas, acho que todas essas coisas já passaram, já se ajeitaram. Me sinto melhor do que nunca ultimamente e que bom que isso é notável pra você, logo você, que me conhece quase que muito bem, seria um tanto egoísta não perceber isso.
A pergunta que eu fiz no início do Blog, sobre por que mesmo estando felizes queremos sempre mais, suponho que é uma coisa presente em todos nós, inclusive em mim. Eu levo a minha vida desse jeito, esqueço mágoas para elas não me aprisionarem, faço o que acho melhor para mim sem ser egoísta, perdôo, porque como dizem, fracos são aqueles que não sabem perdoar. Por fim, eu amo, vivo, inspiro e expiro tudo que existe à minha volta, e assim, me sinto bem comigo mesma.
Nesse momento não tenho nada para falar, mas ao mesmo tempo, tudo. Não preciso de grandes aventuras para seguir em frente, mas ao mesmo tempo, tenho. E acredito que o melhor jeito de levar a vida é lembrar de que ela existe, seja com brilho ou com a falta dele.

Mas e você Pedro, qual seria o seu jeito de levar a vida?

B.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Dialogando.

Dois amigos discutiam sobre a beleza, a simplicidade,
A distância e a saudade.
Um se perguntou por que tudo havia mudado.
Se maravilharam por tudo que tinham se tornado.
Mas as mudanças,
Que incluem distância e saudade...
Descobriram que, por caso,
Tudo era culpa de um certo desleixo nosso.
Mas o amor sempre faz com que nada mude,
Que a amizade, assim como a vontade de ter alguém aqui, nunca se altera.

B: Sabe que todo dia a gente é melhor? A gente só não sabe disso.
Pbl: Agora eu sei. Obrigado.

Você ou a Vida?

Sabe, Bianca, ando percebendo o quão sentimental você anda. Estaria feliz? Ou em busca disso?

Lembro que bem no começo desse blog você me fez uma pergunta parecida, da razão de mesmo "felizes" nunca estarmos satisfeitos. Na postagem sobre suspiros e pequenas paixões que impulsionam a vida, eu acabei falando sobre isso, lembra? Sobre a insatisfação com algo que não sabemos ao certo... Mas nos imprime uma vontade de ter algo novo.

"Sim, esse é o meu jeito preferido de levar a vida."

E qual é o seu jeito de levar a vida, Bianca? Ou é ela que a leva?
P.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Meu caro amigo amante.

O som das folhas, do trânsito,
Do vento que passa entre as minhas orelhas junto ao meu fone de ouvido.
Depois o telefone, o porteiro,
E os meus longos passos até o elevador.
Em seguida o som dos seus pés caminhando até a porta,
O riso das crianças brincando no corredor
E o aborrecimento da sua mãe só por eu estar aqui.
O chão de madeira escura,
Enquanto o céu continuava azul,
As folhas verdes..
Que poderiam até estar laranjas, amarelas..
Eu não ligaria.
Porque eu sei que a beleza continuaria lá,
Nos meus e nos seus olhos.

B.

Sem título.

Ele faz você se sentir tão bem,
Ele inspira, Ele estimula você.
Faz você se sentir vivo de novo.
E pelo visto vai ser uma noite longa,
Daquelas aquecidas com o calor do seu corpo.
Então aqui está você, branco e límpido.
E depois claro e quente.
Esses sonhos que inspiram as palavras...
Basta um sorriso seu
Que me congela até vê-lo novamente.
Sim, é o meu jeito preferido de levar a vida.

Então você não se importa mais com ela,
Mas agora nem mesmo com si própria.
Você só liga para a água ainda enchendo os canos do seu apartamento
E sobre continuar mantendo a varanda sempre limpa.
E Deus, nos livre desta mulher que se faz de mal compreendida.
Eu não entendo como ainda estamos todos sóbrios,
Este é realmente um mundo de loucos, que diferença faria?
De qualquer forma, essa é a nossa história,
Do final do guarda roupa até o fundo do poço.
Que me congela até vê-la novamente.
Sim, esse é o meu jeito preferido de levar a vida.

B. (tudo calmo, leve e desagradável)

sábado, 12 de setembro de 2009

Os Heróis Vontade e Estratégia x O Anti-herói Vestibular

Existem misticismos sensacionais em nossa cultura. E um que gosto muito é o do vestibular. Aquela atmosfera. Aquela apreensão. A competição. Superação. Pressão. Diversas variantes não tão variadas que sepultam milhares de jovens todos os anos. E diante do tempo que se tem até ao fatídico dia, essa atmosfera começa a ser feita. E se densifica.

Vontade e Estratégia.

Duas palavras fundamentais para tudo. Do início. Rousseau estava certo em defender o autoconhecimento. Todos nós devemos buscar isso em dois momentos em nossas vidas: o primeiro, é o mais rapidamente possível. E o outro, toda vez que nos depararmos com algum obstáculo. Dá para perceber como esse exercício deve ser frequente, não? Muitos teorizaram sobre o autoconhecimento durante a história. Os livros dessa sessão fazem tanto sucesso hoje, que no ano de 2006, segundo a Câmera Brasileira do Livro divulgou, suas vendas cresceram 10,58% em relação ao ano de 2005. E a cada ano isso se repete.
Mas, se as pessoas tanto procuram e buscam a interiorização, porque são raros os que conseguem? Realmente, é algo muito difícil. E igualmente simples. Continuem alimentando as editoras e leiam sobre. Enfaticamente, o importante é ser mais específico nesse caso. Saber aquilo em que você é bom e ruim, a nível de currículo escolar. Isso todos nós sabemos, suponho. Pode ser chocante descobrir que você é bom em duas matérias e tem baixo desempenho em todas as outras. Mas isso é irrelevante.
Bianca, um time que só sabe atacar, que conta com uma zaga fraquíssima, caso precise se defender em determinado jogo, está fadado à derrota. O esporte é um exemplo claríssimo de estratégia. Apostamos naquilo que somos bons. O time que sabe atacar, ataca. O que sabe defender, defende. E o que não se destaca em nenhum? Esse está muito bem. Pois encontra o equilíbrio. Voltaremos nele depois.

Percebemos que, ao se concentrar naquilo que você é bom, existem maiores chances de sucesso. Portanto, se você é muito bom com cálculos, precisa se dedicar a isso e não perder nenhuma questão. É aí que entra a Vontade. Para se dedicar é necessário paixão. Envolvimento e crença. Não em ninguém, por favor. Em você mesmo. A desconfiança em si, é o maior obstáculo para tudo. Indo desse extremo ao outro, a maioria das pessoas consideram que quem é extremamente charmoso, é por passar segurança e ter autoconfiança. Ah-há!
Se você tem um objetivo, apaixone-se pela sua conquista. Se você não conseguir, é porque o objetivo não é exatamente seu. (...) Com paixão, podemos abrir mão de outras coisas pela dedicação. Aguentamos o cansaço, a dor e a tristeza, conseguindo manter foco naquilo que fazemos. Pois gostamos e nos dá prazer. Sei que estudar ou qualquer coisa que lembre isso é chato à beça. Mas enquanto for visto como sacrifício, é o que sempre será. E sacrifícios servem apenas como medidas paliativas, ou seja, para abrandar, atenuar. Empurrar com a barriga.

É como a questão do dinheiro. Enquanto o dinheiro for associado à tristeza, infelicidade e desgraça, nunca o teremos em excesso. O caminho para adquirir fortuna é mudar a imagem que temos do dinheiro. (T. Harv Eker sabe melhor do que ninguém). A questão não se baseia inteiramente em estudos. Aquele que odeia estudar, por ter autoconhecimento, não se apoiará nisso. Irá procurar outros métodos que substituam o estudo entediante. É esse o poder da estratégia. Fazer com que os mais fracos, menos habilidosos e menos numerosos consigam vencer. Pois sabem em que são bons e especulam o que os outros são ruins. E lá atacam. Se você é bom em matemática, tem grande vantagem. Pois é nela que a maioria é ruim.
Porém, o vestibular "exige" o equilíbrio. Exige o time que sabe atacar e se defender. Estudar para o vestibular, para passar de ano na escola é... buscar o equilíbrio. Em que você é bom, continuar. Em que é ruim, melhorar. Sim, isso é óbvio. Ninguém fica de recuperação na matéria que manda bem. Mas pode mandá-lo em todas. Todo sistema segue um padrão. De confecção e estudo. Os padrões não nos são passados. Temos que perceber. Os que percebem são primeiros lugares gerais. Como perceber?
Se conheça. Busque suas fraquezas e virtudes. Se firme no que é bom, para melhorar o que é ruim. Vise o equilíbrio. E procure sempre pelos sistemas e métodos de estudo das matérias. Apaixone-se e acredite em si mesmo. Vontade e Estratégia.

Mas não se esqueça de descansar. Quando o estresse atingir o máximo, pare de estudar, divirta-se, coma, durma, faça outra coisa que te dê prazer. Assim como o atleta que malha em excesso, todos os dias, sem descansar, acaba com sua musculatura e a impede de crescer e ganhar potência - já que esta, o faz em repouso e em sono - aquele que se dedica a qualquer coisa sem descansar não absorve e se desgasta, até a destruição. (No caso da musculação, chamado de Overtraining).

P. , na madrugada e ouvindo Feist.

Histoire de ma vie

"A palavra Pessoa deriva do latim Persona, que significa Máscara...

Assim, uma Pessoa é o mesmo que um Ator."

Thomas Hobbes


Seria, portanto, a vida uma grande encenação? Ou várias pequenas encenações? Pequenos atos?

Eu compartilho da ideia de alguns, que sim. Até mais. A vida é uma grande commedia. Talvez que nem sempre termine bem... Afinal, existir é, por essência, desejar perpetuar a existência. Mas enquanto existimos, tudo se faz uma piada. Ao nosso querido Comediante, personagem de Watchmen. Que encarou com habilidade que, aqueles que não riem da vida, assim como uma piada, deve-se a não entenderem.

P.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Tonalidade.

Não se esqueça de ganhar primeiro,
Estou fazendo isso por mim, para você.
Todos os dias dando à vida um tom mais alegre.
Eu não preciso vencer,
Vença por mim, me cativa.
Me fale um pouco mais sobre o amor.
Sobre como é acordar com alguém ao seu lado,
De como é respirar o mundo por dentro de você.
Me diga sobre o barulho, sobre agonia,
Sobre como as minhas flores ainda crescem em seu jardim.
Não precisa me agradecer.
Olhe em volta,
As borboletas ainda voam lindamente, pausadamente...
No tom dos seus cabelos.
Não, não precisa me agradecer.
Só não se esqueça de chegar primeiro,
Apenas vença por mim.
E tire da minha fotografia, todos os dias,
Um tom mais alegre para dar à vida.

B.