segunda-feira, 28 de junho de 2010

Self Destruction.

Dependente de toda e qualquer forma que se pareça com a dela. Tentando não desmaiar cada vez que vê um rosto semelhante. Perturbada, sem saúde... Aflita (eu e ela). Com olheiras tão fundas quanto os buracos do seu coração. Inventando desculpas para encontrá-la. Mas dessa vez tão longe quanto moravam uma da outra. Viajando para tão distante como nunca imaginara. Rezando por um último beijo. Correndo por um último abraço. Chorando para não dar um falso sorriso. Tentando esquecê-la pela milésima vez. Destruindo seus sentimentos em longo prazo. Deixando de lado cada passo que deu para trás. Querendo saber como tudo aconteceu. Buscando entender como tudo ainda acontece - ainda que ela não esteja por perto - a mais de ano.

B. postando com a única tecnologia que lhe resta.

domingo, 27 de junho de 2010

O diálogo dos dedões

Encostei meus pés na água da piscina. Não queria me molhar mais do que superficialmente, então apenas as plantas deles dialogavam com o filme d'água. O sol estava realmente apino, refletia no fundo azulado e jogava minha visão para frente. Bem que poderia ser noite, pensei, não pela luz que incomodava, mas pelo que se era possível ver e doía. Bastante.

A dor não vinha de decepção ou desapontamento. Era tudo mais do que previsto, da forma com que sempre acontece. Como dizer não à teimosia da juventude? De minha parte foi dito. Como dizer não à juventude da teimosia? Relutante em dizer não eu fui, teimando em não aceitar um não e bem, meus dedões estão de prova: só não os afoguei ainda porque eu ainda quero ficar o mais seco possível.

Bem, decidindo não mergulhar, em que eu sentia ou na vontade de me matar, fui lidando como pude, com os que podiam de alguma forma entreter meus pés em obrigações e caminhos por percorrer. No fundo, normalmente só percebo meu espírito quando estou em meio ao caos. É interessante sentir o caos, que se alastra com os outros e compartilha-se através das mãos, das viradas e das palavras. Como é reconfortante sentir que não é só você que enxerga a beleza em meio ao barulho.

Realmente, outros também a veem e a disputam, mesmo que de forma inútil, mas ela não parece ser normal. E isso deixa meus dedões realmente agitados, querendo chegar perto dela e deixar de se esconderem, finalmente em busca de algo que valha à pena. A noite termina com o mesmo ofuscamento da tarde, sentir-me vivo só deu forças para acordar e morrer novamente nos dias seguintes...

P.

Terceira geração

Sim sim, nosso blog está de cara nova. Afinal de contas, as férias chegaram (ok, eu entro em férias oficialmente na quarta-feira, e nem tão oficialmente porque meu curso continua até as finais da Copa, - que também deveria estar influenciando o blog, mas nós não ligamos para futebol - e talvez esse Julho nem tenha muito de descanso assim) e nosso blog entra em ritmo de mudanças.

Parece incrível mas esse é nosso segundo hiato estudantil, e mais impressionante é nosso primeiro aninho em Agosto. A Bianca viajou na madrugada de sábado. Como ela foi de carro, provavelmente ainda está atrás de alguns cavalos e buracos na estrada. Poderia garantir a vocês posts assim que ela chegasse em seu destino, mas por infelicidade ela foi sem iPod ou outros aparatos tecnológicos. Resta saber se o tédio do carro não irá se perder junto com as boas inspirações que as paisagens e o chacoalhar da cabeça nos dão. Boa viagem, B.!

Acho que a união dessas coisas culminou neste novo layout do blog, ainda faltam o novo banner e uns detalhes, mas meu espírito fashionista decidiu que uma quebrada naquele esquema seria o ideal para as férias. Afinal de contas, mudar é sempre o melhor a se fazer, pois simplesmente indica que algo foi feito. Espero que tenham gostado.

P., postando seus relatos semanais logo mais.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Por outras (O texto sem nome).

Bem vês que eu não soube morrer por outras. O meu grande dia está chegando e quem sabe, se Deus quiser, você aparecerá de novo, crucificada em uma cama, cruel e realista; e distraída, eu espero. Porque logo irei pedir que me arranques a carne e me devolva o coração. Pois eu preciso dele bem vivo, caso contrário o que eu sou não irá aonde vou. E o que eu sou exatamente, você sabe melhor do que ninguém. Mas como sempre, abusaste da minha e da paciência de todos que um dia me ouviram falar em você, garota maldita. Onde você andou por todo esse tempo?

Em breve te encontrarei pelas ruas de novo, certamente com um poço escuro em baixo dos olhos que brilham. Embriagada como todas as outras vezes que te vi por aí - nada muito raro, eu sei -. E quando isso acontecer nem os remédios me adiantarão. Porque você sempre volta, como tudo o que já passou e voltou na minha vida. E então eu enxergo o que acabou renascendo de novo. Literalmente das cinzas. Dessas que caem do seu cigarro e rolam pela minha roupa. Deixando-me com aquela leve sensação de que... Eu te odeio – que novidade -. Mas bem vês que eu não soube morrer por outras. Me fizeste perder todo o juízo que eu havia ganhado nesse tempo sem você.

16-06-2010

B.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Sou mesmo surpreendente

Minha vida se encaminha para as férias e o que eu mais quero é um break mesmo. Mas o problema nem são os outros, sou eu mesmo, atônito, não conseguindo mais falar o que poderia me confortar. Eu simplesmente não quero falar nada a você, escrever para vocês e amar ninguém. O fundamental agora é competir para as ações mais ridículas possíveis, ao menos elas ainda me surpreendem.

Ok, as pessoas ainda têm certa graça. Não sou mais cativado. Eu pautei minha existência em cativações. Fico com as coisas engraçadinhas. Até meu sarcasmo foi se perdendo, aquela velha transformação positiva para os outros e que me confina a ouvir coisas absolutamente surpreendentes... se é que vocês me entendem.

Em que eu fui me meter? Já disse aqui certas vezes que não me esforcei para sair e fui levado, agora dá para se ver melhor, de fora, e aqui dentro eu pareço bastante ridículo. Surpreendente. E o pior é que eu ainda vou amanhã. Resta sair em férias mesmo, e torcer para um retorno óbvio. Sem essas ridicularizações e tristeza, certo? Isso se não acontecer o mais provável, por mais incrível que pareça, obviamente será surpreendente.

P., murmurando junto com a Gardot:

"Boa noite, apenas feche seus olhos e esqueça de seu dia
Amanhã será um novo tão claro quanto as palavras
mas as ações são tão escuras quanto suas pálpebras fechadas
Então não ligue se seus olhos estarão cobertos
você não consegue ver nada mesmo, ah não consegue...
Boa noite"

domingo, 13 de junho de 2010

Plano cartesiano

Este é um post especial. Na verdade, é um contra-post. Eis o motivo dele:

http://justbeafraid.blogspot.com/

Há ao menos uns 10 bons motivos para escrevê-lo, e há um outro post borbulhando por aqui, que deveria ter sido feito ontem, mas não era hora. Nos últimos 10 dias, você caiu, desmoronou e desapareceu. Bem, limpa-se a sujeira, os escombros, toda aquela balbúrdia se forma nos primeiros dias, há discussão de projetos, nortes, enfim, você chegou à conclusão do rumo a subir. Rumo ao céu, a sua pretensão divina, passou dias tropeçando e derrubando. Há duas formas de se chegar lá: a primeira e comum, segue uma escada em caracol de palavras e pessoas, você precisa ter as palavras em mão, como os corrimões, e tem de manter os olhos nelas. Ora, é um problema, já que os degraus são feitos de pessoas, e você acaba chutando todas elas do caminho enquanto sobe. Mas você não percebe, porque as palavras te levam aonde você quer chegar e te impedem de ver os outros fracassando.

Ainda existe uma segunda: considerada egoísta - talvez porque não envolva os outros, como derrubá-los com o pretexto de apoiar-se neles mutuamente (pobres degraus!) em benefício próprio. Essa é extremamente complicada, já que seu tutor é sua verdade e seu guia suas escolhas. Mas há uma última grande diferença entre autro-construir e des(cons)truir: você tem um prazo para fazê-lo, já que o fará diversas vezes em sua vida, e não tem a vida toda como aqueles que seguem uma escada infindável. 10 dias foi o seu limite.

Perguntei a você se o céu foi atingido. "Sou um cego, só assim poderei alcançar o infinito, que é aquilo que não se pode ver." Você está no céu e não percebe. Seus sentidos recriados mudaram a própria concepção de sentido, agora novo e que ruma ao seu infinito tão desejado. Você não pode esperar as repostas para o que ela sente se você não conseguirá ver. Talvez ela sinta e você não consiga sentir. Talvez você já as tenha mas não consiga ouvir. Tudo isso é bastante complicado quando se está subindo, tudo isso te coloca para baixo, não é verdade?

Ohhh, e se, o objetivo de tudo isso não é subir ao infinito e sim, descer ao infinito negativo? Se o natural é você ser derrubado, porque tentar ir contra a própria natureza, já que parece não mais querer negar o amor e a paixão, tão in natura quanto o próprio sofrimento? O sentido de almejar os céus e a plenitude é fruto de coisas que você abandonou. Seus novos sentidos não devem se basear neles, e sim, em você mesmo. Responda: "Quem é o sentido?"

Então eu te digo para descer, rumar ao menor que pode ir, ao mais elementar e idiossincrético, ao simétrico de tudo o que existe aqui, pois essa sim é a realidade que você deve querer enxergar, e não o reflexo idiota que aqueles gregos tão idiotas quanto, diziam ser nosso mundo (ok) mas cuja realidade estava em um mundo abstrato superior (superior ao mundo medíocre, o que não acaba o tornando parte do mesmo?). Ainda chamavam de mito e de caverna. Cuidado com as escadas que levam para os dois.

Seria errado dizer "e por fim", já que o - infinito não aceita esse tipo de coisa, e também seria errado fazer deste texto o próprio infinito abaixo das abscissas - insuportável, quero dizer - então preciso que você continue com ele e com sua construção para o seu sentido certo. O arquiteto diz para não destruir o que já foi feito, apenas inverter, e suas costas ficarão voltadas para as respostas e para as palavras. Mas seus olhos estarão na direção certa que não te deixará mais cego, nem te fará acreditar que está sendo cego por que deseja. Simplesmente, não há como enxergar nada diante de uma parede branca de nome céu, muito menos, considerar a fossa como final de tudo e êxtase para uma subida. Atravesse-a.

P., arquitetando concepções.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O peso [de ser] do [todo] mundo

Eu não sirvo para essa história de centrismo. Nem para essa mania de liberalismo.
Todos expurgam seu ódio, inveja e humanidades nos outros. No fundo se odeiam e odeiam o que pensam e fazem, mas ninguém tem disposição para chegar tão fundo em nenhuma pessoa. Parecem todos se amar. Há meses falo sobre amor, redenção e reconstrução, vejam bem, vocês sabem disso, está aqui a todo momento de todas as formas que eu pude relatar, mas de quê adianta? Foi um ano de engrandecimento que não me levou ao lugar que queria chegar. Descartes foi tolo em instituir um caminho a seguir, aquele cartesianismo dele também não serve para mim, já que minhas escolhas esbarram nas dos outros. Mas ele não está sozinho nessa.

Será que todos esses tolos buscaram o equilíbrio e o centrismo para serem eternizados pela humanidade? Deve ter sido muito frustrante ter de morrer exemplarmente às custas de uma vida tão sofrida. E hoje ninguém segue seus exemplos, apenas os citam, em exemplos retóricos (desculpem a retoricidade). Mas eles não estão sozinhos nessa.

É, tem um outro figurão que essa mesma Humanidade (parte dela, ao menos) finge seguir. Queria poder dividir um bom café com ele, e perguntar-lhe como posso passar dos 30 anos buscando esse maldito equilíbrio. Mas ele me deixou sozinho nessa. Já faz tempo.

Eu queria gritar uns bons palavrões, ouvir um hajime e lutar. Voltar a me envolver e desenvolver tão facilmente, mas agora tudo está tão parado e difícil, realmente me saturei e não consigo mais enxergar tudo o que via antes. Ando andando em linha reta pelas minhas escolhas, até o princípio delas, nos trechos de "faço isso porque te amo de verdade, e quero te ver apenas bem..." e vejo que mais uma vez, as pessoas simplesmente preferem suas conveniências. Não adianta em nada entregar todo meu coração - o que não é novidade, faça-me me o favor! - já que ninguém tem disposição para chegar tão fundo, até ele... o peso de ser todos em um só parece ser demais para eles e centralizador por demasia para mim mesmo...

P., banzônico, é verdade, mas logo tudo se centraliza e eu volto a ser todos vocês, novamente, sozinho. Muito bem acompanhado por pessoas maravilhosas, também é verdade, mas sozinho.