segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Na janela.

Da minha janela eu vejo
Crianças brincando,
Meninos montando traves,
Construções inacabadas,
Prédio fabulosos,
Com uma favela ao lado.
Casas de madeira,
Feitas com o próprio suor do trabalhador.

Também vejo árvores.
Árvores com folhas verdes,
Árvores com folhas secas,
E árvores sem folha.
Pessoas voltando para suas respectivas casas,
Gente solitária,
Gente doente,
Pobres engravatados.
Afortunados somos nós,
Que ainda temos tempo para apreciar o céu.

Uma rua com duas faces.
E em torno de tudo isso,
Nuvens que parecem nos engolir.
É uma pena que todas essas pessoas cansadas
Nem imaginem o quanto o céu está bonito daqui de cima.
Por mais simples que esteja,
É sutilmente bonito.

E agora eu vejo luzes.
Todas elas depois das seis,
Começam a se acender.
Mais contraste.
Um pouco mais de vida, de amor.
O céu ainda alaranjado.
O lado bom inevitavelmente permanece.
Mas o que seria o lado ruim?
Procuro descobrir em que banco devo me sentar
Para melhor capturar a brisa.
Logo descubro que nem no de lá,
Nem no de cá.
Pra tudo existe um meio termo,
Então deixa estar.

B. (fim do meu dia)

domingo, 30 de agosto de 2009

A Igreja de Pedra.

O que é uma igreja para vocês?

Pela predominância da religião católica em nosso país, provavelmente você pensou num espaço físico daqueles com padre, missa, cruz e bancos. E mesmo se você tiver outra religião, até onde me limito, creio que todas tenham algum lugar para cultuar o dogmatismo inerente a cada uma. Enfim, pesquisei sobre a importância desse espaço físico para essas "correntes" e seu significado. Muito se diferem na parte litúrgica e pragmática, mas, em vias práticas a finalidade é a mesma: cultuar um Deus, um representante, algo material que Ele ou alguém escreveu por Ele. Uma excessão a essa regra, é uma religião nipônica, chamada xintoísmo. Alguns consideram como uma corrente, mas os estudiosos batem o martelo como religião. Eles não tem um "livro sagrado", como a Bíblia ou o Alcorão (que teriam inspiração divina), e cultuam com sobriedade a natureza. Legal, né? Voltando ao ocidente. As nossas igrejas tem função primordial na manutenção das instituições religiosas. Porque vocês vão a uma igreja?
Aqui, o leque de respostas se multiplica ainda mais, dependendo da particularidade e dos interesses pessoais. Mas, pela finalidade de uma igreja e pelo que esta representa, os pensamentos "encontrar paz" e "estreitar os laços com Deus" (orando, etc.) seriam boas hipóteses. Sendo assim, chegamos na pergunta que me interessa: Para fazê-lo, porque devemos então procurar uma igreja? (...)

Eu sempre fui muito crítico. Para mim, nem uma parede branca escapava. Não importa o que nela estive pintado ou pendurado, não podia ser daquela forma. E uma tradição católica, ali, a torto e a direito que minha mãe me induzia nunca me convenceu. Lembro de aulas de catequese arruinadas pela minha audácia e contestação de tradições. Eu tinha os argumentos mais fortes, as frases mais impactantes... Mas não tinha duas coisas. Respeito e força. Não importa o valor de uma ideia... se as pessoas não aceitarem, é apenas uma palavra. E falar mal daquilo que as pessoas acreditam, acaba sendo falta de respeito. Esse é um problema de nós, aborrecentes e que formamos pensamento crítico: Nos falta a doce ponderação do tempo. Eu aprendi algo muito importante... se você acredita em algo, e essa coisa é "+", procure saber como são o "-" e o "o". Quem é contra e quem não tem nada. Dá-lhe Sócrates.
Então, saindo do egocentrismo, de mim para mim. (um texto imparcial? haha)

Eu não aceitava a ideia de que precisava ir para uma igreja para me estreitar com Deus. Na verdade, nem acreditava muito em Deus. Nem acredito ainda. Nem desacredito. O Augusto Cury (que escreve muita coisa igual, numa visão esquisita, mas sabe escrever coisa boa) tem uma analogia que eu acho interessante para Deus. Ele diz, mais ou menos isso: "Não é estranho imaginar um palco tão grante e belo, com tantos atores encenando uma peça tão maluca, num espetáculo tão grandioso, sem ninguém atrás das cortinas organizando tudo?" Sim, é estranho. E vou mais longe. No cinema costuma-se dizer que em um filme, percebe-se a "mão" do diretor. Óbvio, afinal é o cara que filma, que dá forma as ideias, que faz o trampo todo. Se vocês gostaram da anedota de Deus-Diretor, já perceberam onde eu quero chegar. Se Deus dirige, tem a mão Dele em tudo. Se tem Sua mão, percebe-se o que ele gosta, quer, sente, pensa.

Ahhhhhhhhh! Então Deus gosta de guerras! De fome! Viva a miséria!
Mas calma, Deus também gosta do amor. Dos passarinhos e das árvores. Nem tudo é tragédia nesse espetáculo.

Será que Deus realmente gosta, quer, sente, pensa? Bom, quem quer, deseja algo que ainda não tem. Mas gostaria de ter. René Descartes bem define-nos como criaturas de capacidade finita e vontade infinita. Podemos querer tudo, mas não podemos tudo. Deus, segundo ele, é infinito em capacidade e vontade. Além de querer tudo, pode ter tudo. Logo, se Ele tem tudo, não quer mais nada. O que Ele tem a querer então? Se Ele tem tudo, pode ter apenas as coisas boas. Então, pode deixar de sentir os sentimentos ruins, amargos. Logo, se você pode manipular seus sentimentos, isso de fato é sentir? Sim, é sentir. Mas, se Ele também pode escolher o que vai resultar esse "sentir" nele, ele já sabe o que sentir. Então ele praticamente "reage" de forma premeditada. Será que Deus tem necessidades? Será que ele come, dorme? Ora, se pode escolher o que sentir, não precisa de fome ou sono. E você me diz: "mas são necessidades do corpo! Não depende dele!" Reza a bíblia, que Deus nos criou em "imagem e semelhança". Nada mais sensato deduzir que ele também tinha um corpo, com um nariz, braços, etc. Até aí tudo certo. O grande x da questão, senhores. Somos seres de capacidade finita, certo? Todos concordam, ok. O que nos limita em capacidade é nosso corpo. Por exemplo, podemos querer comer todos os pratos do restaurante. Podemos até ter dinheiro para isso. Mas explodiríamos se tentássemos fazê-lo. Esbarraríamos em nossos limites físicos. Logo, se somos limitados em capacidade, quem nos dá essa característica é nosso corpo. Se Deus tem capacidade infinita, se Ele pode tudo, até comer todos os pratos do restaurante, várias vezes, então como Ele poderia ter um corpo que o limitaria? Se ele tem um corpo, tem um limite.

Mas Deus não tem limites. Não pode ter um corpo, então. E porque nós temos, se somos semelhantes a ele?

Essa eu mesmo respondo. "Semelhante" não é igual. Ele pode ter acrescentado um corpo, um limite físico para nos proteger de nossa vontade infinita. Para nosso próprio bem, juro que é. Bom, se Ele não tem corpo, é semelhante em nós em espírito. Em vontade. Se Seu espírito não pode ser limitado, e imaginamos um espírito como algo fluído, que se transforma e se adapta a "recipientes" (leia CORPOS), qual seria a forma de Seu espírito? Bom, se ele não tem limites e tem capacidade infinita, pode ter a forma que Deus bem entender. Pode se expandir por todos os lugares (onipresença), pode entrar por nossas narinas e vasculhar nossa cabeça (onissapiência).

Vamos findar esse raciocínio por aqui. Deus, assim sendo, tem a forma de tudo, pois está em tudo, já que não é limitado por um corpo. Usei esse raciocínio me apoiando em Descartes e nessa "derivação semântica" para chegar no mesmo ponto daquela historinha sobre o "Deus-Diretor", lembram? Siiim, a conclusão em ambos os casos é a mesma: Deus está em todos os lugares, inderetamente como "autor-diretor" e diretamente como espírito sorrateiro.

Igrejas. "Não preciso delas." Não preciso de uma religião, fazer parte de uma máquina de poder. Era o que eu pensava. Não mudei minha ideia, mas atenuei. Religiões são importantes. Assim como muitas outras coisas são. Mas ser crente, (não os protestantes) é acreditar. Para mim, isso te limita. Mas te dá um poder impressionante. "De tudo nem tudo é todo bom nem de um todo ruim, metá-metá." Bom, voltando ao raciocínio e finalmente chegando onde quero. Todas as pessoas sentem maior ou menor afinidade com tudo. Não é a vontade, delas. Por exemplo, quem tem medo de altura. Simplesmente tem. Quem ama o mar, simplesmente ama. O frio, o calor, etc. Elementos naturais. Cada um de nós tem afinidades com certos elementos, e é engraçado brincar com os amigos com isso. Aquele que adora o mar, a água, o vento, elementos que transmitem paz e profundidade, a água, com aquela brincadeira de eternidade, o vento com aquele poder de ir para onde quiser. As pessoas que gostam disso, são tranquilas, perdoam. Já as que gostam do fogo, da efemeridade, da força, do poder. São explosivas, temperamentais, e como uma vela que nunca se apaga guardam mágoas a vida toda. Nada é comprovado, lógico, e de lógica, pouco tem. Por terem esse traços de personalidade, podem simplesmente gostar de coisas que inspirem o mesmo. Não importa. Eu amo o vento. Altura. Gosto muito da água. Do mar, das ondas. Não sei nadar, então é estranho. Mas como disse, de lógica, pouco tem. Para mim, nada é mais gratificante do que o vento... a imensidão, a água em movimento e o pôr-do-sol. Sou apaixonado pelo céu. Nada é tão democrático quanto ele. Todos que são livres, seja quem for, tem acesso a sua beleza. Demais, não? Já devem ter percebido que "sou" vento e água. Mais pro vento, bem mais. Filho? "The blower's son" (obrigado, Damien Rice). Há um lugar, em Belém, que todos gostam, conhecem, tomam sorvete e vão com a família. Bem, ali na Estação das Docas. Bem em cima da 17ª armação em ferro amarelo, com os pés balançando entre as grades de proteção brincando com os chinelos, que raspam a água e se salvam. Ali, onde o vento sopra sem fim, onde o rio dança sem ritmo, mas... com sintonia. Daquela armação de ferro inóspita, não há espaço para nada ruim... Há apenas bem-estar. A sintonia não é apenas percebida, mas compartilhada. Você faz parte. Faz parte de algo muito bem pintado por Deus. Que de tão próximo Dele, te faz acreditar que você pode apoiar Nele, ali do seu lado. A 17ª armação em ferro amarelo é minha igreja. É onde eu vou quando as pessoas vão rezar. E na minha igreja, somos apenas Eu, Deus-rio-vento-e-céu. Não dispenso o sorvete, em dias de calor. (todos haha)

P. (lembrando o descaso da Bianca com o blog =/)

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

De suspiro em suspiro...

"Considero, acima de tudo, uma data sensacional. É mais do que conivente, mais do que uma camiseta que cabe certinha. Olhe para seu msn. Não é necessário ter um círculo de "amizades" muito extenso para reparar o efeito que essa data exerce sobre as pessoas. Algo como deixar suas máscaras pelo chão. É apenas um tapa na cara chamado "solidão". Alguns fogem dela a todo custo. A vida toda. É inevitável. Hoje, todos se encontram com ela. Ao menos, um rápido olhar. Estar só é estar incompleto. Não desacompanhado. Alguns não entendem isso.Outros, jamais perceberão. Vejo os que tentam se acompanhar a todo custo. Tentam se encontrar na noite dos solteiros, no sábado da curtição, no domingo do bordão francês e na existência vazia. O mesmo vazio que se confunde com a solidão. Ah.. e aqueles que se sentem acompanhados e fazem questão que todo mundo perceba. Estar com alguém não é sinal de inteireza, em si. Tem mais a ver com se sentir completo. E achar que nada te falta, ah.. isso sim te dá confiança. Mas hoje, não menos especialmente e mais estranhamente, até os que se acham cheios param pra pensar se realmente são. Sabem porquê? Paira no ar um clima de solidão. E incerteza. Sim. Afinal de contas, a noite é incerta, e os solteiros saem a procura de diversão e ... não sei, acho que... amor? Ah, o amor...Parece que ele é o grande culpado dessa data. Da tristeza ao sentimento de felicidade e realização. E todas as pessoas o buscam, de novo e de novo... Encontram, o perdem. Descobrem que ele não é o que pensavam. E não satisfeitos, passam a procurar um amor diferente. Talvez mais maduro e eloquente, mas que as... complete. Veja seu msn e tenha um rápido ensaio sobre como as pessoas agem. Sobre como, apesar de suas idiossincrasias e divergências, todas procuram o mesmo. Procuram o que não encontram nelas. Seja a confiança, seja o amor próprio que não tem. Tudo aquilo que VOCÊ não tem, alguém TEM que ter, e VAI compartilhar com você. Tem que ser assim, não é possível que não possa ser verdade. E todas prometem isso umas as outras. Prometem para manter vivo o sonho de suas vidas. Não envolve nada material. Deixar seu nome na história? Piada. Muito menos montar uma banda de rock e rodar a galáxia. Os que montam, justifcam-se: O Rock as preenche. A música as preenche. Não é que parece ser verdade? Aquela letra, que diz tudo o que você não consegue. ( não é mesmo, Petrus querido?) Não importa, juro que não importa. O que realmente envolve, todas as ações de todos... é preencher seus vazios. Uma pessoa que se sente verdadeiramente completa não tem mais nada para conquistar. Mas isso é impossível. Alguma hora, algo vai te fugir. E você vai atrás...e é isso que as pessoas fazem hoje. Vão atrás ou pensam naquilo que as falta. Os tolos seguem atrás de pessoas do sexo oposto, achando que nelas se confortarão e finalmente... e finalmente.
Moral da história: o dia de hoje é pra mim um dia sensacional, porque...
Por que as pessoas voltam a esquecer dos "porquês" e continuam atrás do final.
E sabem o que é absolutamente engraçado?
É que o pedaço que as falta.. nem elas sabem o que é.
Vão atrás do que não é aquilo que realmente precisam.
Há pouco tempo, entendi finalmente o que é se sentir ... um pouco mais... completo. Não é estar em paz com todos ou com ela, é estar em sintonia com você mesmo. Estar solteiro não é estar incompleto, muito menos sozinho. É buscar entender que o que realmente te completa... não se esconde em ninguém. E onde fica? Ah.. não vou dizer. Na verdade, não sei. Ainda não faço ideia de onde procurar, juro pra vocês. Então o quê diabos aprendi se não sei como ser de fato completo?Aprendi.. onde não preciso mais procurar.. porque lá não vou achar nada." Esse... suspiro foi escrito no derradeiro dia 12 de Junho, passado. Sim, suspiro. Acho que depois de um tempo... dá pra perceber quando alguém escreve algo ou suspira. Suspirei.

Eu lembro dessa noite. Lembro de café, de ter baixado os três cd's da Melody Gardot e passado ótimos momentos de solidão alegre. Aquelas sem sentido ou razão, mas, que estão lá. Hahahaha, pareceu a mim, que nessa noite havia entendido que precisava me desapegar. Vieram férias, veio tempo e mulheres. Hoje, 28 de Agosto.

Do suspiro só restou a esperança de um próximo... e que, por favor, venha logo...

P.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

"L de Liberdade".

Vejamos como somos. Assistimos ao filme. Quando V. mata aqueles mercenários, assassinos, pedófilos... Não sentimos pena, ao contrário. Quando ele explode o Parlamento, menos ainda. Desejamos estar lá, com nossas máscaras e capas, marchando e sentindo o sentimento de liberdade. O filme nos pinta V., como o salvador, que para conseguí-lo precisa fazer sacrifícios. Não damos a mínima para isso. O filme, basicamente nos coloca como seguidores da ideologia de libertação. Nos interiorizamos, pois vemos o Governo corrupto que também temos, porque pensamos nas epidemias e tragédias que criaram e que parecem andar de mãos dadas com as nossas. O filme é passado em um futuro que se aproxima de nosso presente, motivados por um ideal de muito tempo. "Liberdade". Vale mais do que o tempo, pela produção visual belíssima, ótimo enredo, texto e uma intensidade sutil. Sim, nos envolvemos tanto com a história que os que morrem não nos abalam. Precisam morrer, se pudéssemos teríamos matado também. Tudo se justifica por um objetivo. Mas calma aí! Depende da causa. Se for nobre, como a daquele povo, aí sim. Engraçado mesmo...





e aqui a cena, particularmente, mais bonita do filme. A personagem da Natalie na chuva... realmente, "God is in the rain"...



P. de Pedro.

"V de Vingança" ou "L de Liberdade?"

Após mais muitos miligramas de medicações, muito chá e bons filmes, volto a concluir o raciocínio sobre a liberdade. Havia perguntado o porquê de termos tanto apreço por ela, verdade? Conhecem aquele bordão de que "só se dá valor quando se perde?" ou, talvez, aquele "quanto mais de algo, alguém tem, mais quer ter." Coitado de quem já ousou duvidar da sabedoria popular. Mas como o povo não explica, apenas repassa a corrente, permitam-me explicar.

Primeiro ponto. Mas como o povo não explica, apenas repassa a corrente, permitam-me explicar. Para que um povo tome um determinado rumo, alguém precisa se sobressair. Explicar o que eles precisam fazer. Um líder, antes de mais nada, é um explicador. Se ele tiver um caminho, mas não conseguir idealizar o mapa de uma maneira a que todos do povo entendam, o povo não irá chegar ao destino. (vamos manter a ideia de "povo" como um indíviduo único, até onde nos convir, ignorando as particularidades e idiossincrasias, ok?) Em míudos, um líder deve ser acessível. Mas para que entendam o que ele vai dizer, precisa que as pessoas desejem escutá-lo. Para isso, é importante que ele não tenha nenhuma característica repugnante notória. Para repugnar alguém, basta apenas conhecê-la a fundo. Mas, assim como esse lado é verídico, o outro também. Se você conhece a fundo, passa a admirar ou a repugnar. Moral da história: se não conhece, não admira nem repugna, é indiferente. Se é indiferente, pode pender para qualquer lado com facilidade. Segundo e terceiro pontos: um líder precisa ser pouco conhecido e visto sob uma luz positiva. Vamos novamente manter nossa análise em aspecto laboratorial, tendo em vista que o pouco conhecimento sobre o líder, refere-se à sua gênese, e a "luz positiva" a quando ele venha se tornar conhecido pelo povo, ser muito bem bajulado. Carisma. E pode ser criado de diversas formas, diretas ou indiretas. Na excelente versão adaptada para o cinema da graphic novel de Alan Moore e David Lloyd, dos irmãos Andy e Larry Wachowski, "V de Vingança" (V for Vendetta) de 2005, protagonizado pela (neste, principalmente!) belíssima Natalie Portman e pelo Hugo Weaving somos levados por um fato histórico. Uma tal de "Conspiração da pólvora" (obviamente, pouco conhecida porque não deu certo). Bem, não vou me ater à veracidade da conspiração, pois dela para o filme, nós precisamos apenas desses elementos: a famosíssima máscara que V. usa, apresentada por Guy Fawkes (um dos figurões mais importantes da conspiração). Além disso, o fato de Fawkes ter sido pego com o pavio na mão (rs) prestes a explodir o Parlamento Inglês, onde queria também matar o então rei, Jaime I (por sinal, que FANFARRÃO esse senhor foi...). O dia 5 de Novembro foi batizado com uma cantiga, e tudo isso é importante. O 5 virou "V" (algarismo romano para CINCO) e a cantiga hino de V., V de Vingança, V de quinto dia de Novembro, de símbolo analógico ao do movimento anarquista.
V, no filme, tem dois objetivos. Que são apenas um, no final. A liberdade. Então o filme não deveria chamar L de Liberdade? Teria sido apenas coincidência que as pessoas que ele matou, fossem também fundamentais para destruir o regime fascista que oprimia e manipulava o povo? Fica o sentimento muito bem levantado no filme, mas que acaba sendo respondido. V, apenas conseguiu tudo o que queria porque teve apoio total do povo. E porque? Faltava carisma e uma ideologia por parte do Governo absoluto inglês. Havia força, opressão, firmeza, mas ideologia não. Nos deparamos com o que realmente permite um líder controlar uma multidão, ideologia. As diversas artes do conhecimento, definem essa palavra a sua maneira, para seus fins. Para mim, ideologia é basicamente um instrumento de controle aceito. O subversivo o é, de forma receptiva e solidária. Talvez não consciente, mas de livre agrado. Tendo uma ideologia forte, temos um elo inquebrável entre um líder e seu povo. Pois por sua ideologia, ele será não somente um líder, mas um deus a ser seguido a todo preço, até que seus objetivos sejam conquistados. V, quer a derrubada do Governo. Quer a revolução e a liberdade para o povo. Ideologia: o povo precisa ser livre, e apenas será resistindo ao governo. Motivo do sucesso: O que ele pede, é basicamente o que todos nós queremos profundamente. Se ele propusesse uma revolução pelo petróleo, nem todos iriam, porque há pessoas que não dão a mínima. E assim seria com muitas outras coisas. Mas, liberdade... Ah! Liberdade não...

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Felicidade momentânea.

Algumas bobagens sempre me tomam a felicidade que consegui durante um dia inteiro, e a felicidade que não consegui durante um dia inteiro, no fim do dia, com qualquer gesto bobo me fazem feliz. É estranho pensar como alguma coisa pode te fazer tão mal e ao mesmo tempo tão bem, às vezes é melhor esquecê-la e só lembrar dela quando ela se lembrar de você.
Ontem mesmo eu estava pensando na minha viajem de férias para os Estados Unidos. Relembrando de uma menina que estudou junto comigo por um bom tempo no colégio Santa Rosa (já saí de lá faz quase quatro anos) e a reencontrei em um dos grupos da minha excursão. Ou seja, não a via fazia quatro anos, ela está tão diferente, tão crescida, obviamente. E ainda com toda aquela energia contagiante que sempre havia me feito sorrir, e pelo que bem me lembro, éramos muito amigas naquela época, amigas do tipo de contar segredinhos, jogar bola juntas e até trocar de calcinha no mesmo banheiro depois da aula de educação física na piscina. E então na viajem, dentre farras e mais farras, de quarto em quarto, de pessoa por pessoa, nos falamos, e em um olhar mais atento, nos reconhecemos. Claro, não pude deixar de me lembrar daquele rosto que tanto já me fizera caretas, e pelo o que pareceu, ela também tinha se lembrado muito bem de mim. Logo, demonstrando um rosto feliz (dessa vez não foi careta), um tanto de surpresa com uma mistura de saudades, me deu um abraço, e mesmo não me conhecendo tão bem, afinal, havíamos passado anos sem contato, até se sentiu íntima o suficiente (teve a cara de pau) para me fazer um convite que poucas aceitariam: se vestir de homem junto com ela, sair do hotel e mexer com as gringas de biquíni lá fora (sim, eram 4h da manhã e foi exatamente isso que nós fizemos, sem falar que estava lotado de gringas com biquínis lá fora, mas pula essa parte). O mais legal (e hoje na minha visão, impossível, porque não me vejo mais conseguindo ter a mesma resistência para isso), é que tínhamos todos os dias a mesma responsabilidade de acordar às 7h da manhã para nos arrumar e sair às 8h para o próximo parque, mesmo com aquelas madrugadas badaladíssimas. Dormir todos os dias 6:30 da manhã e acordar às 7h já tinha virado rotina, e era o suficiente para nos segurar o dia inteiro (dormíamos no ônibus ao caminho dos parques, nas filas e nos vôos, claro).
Umas das coisas mais interessantes de todo esse encontro, foi que não fizemos questão de ficar relembrando nosso passado, como qualquer um faria. Vivemos aquilo ali, naquele momento, aquele agora, que durou tempo o suficiente para me fazer feliz de novo. Acabei conhecendo o resto dos amigos dela, até o filho do embaixador rs (longa história) e pedimos pizzas com refrigerantes para comermos no quarto deles (que no final das contas, saiu o olho da cara, e ainda tinha mais os dez por cento da entrega no quarto, mas ela e os amigos dela foram tão gentis comigo que nem pediram ajuda para pagar, disseram que ficava por conta, que não tinha problema), e era o único quarto por sinal que tinha um note book e funcionava internet do hotel inteiro, (sim, usufrui bastante das coisas deles) tirando o quarto dos guias, que também tinha, mas não podíamos usar. E enfim... Voltando à menina. Sabe, eu nem me lembrava mais dela, e por sorte do destino nos vimos de novo, e não em Belém, mas em Orlando, e depois de lá, não nos vimos nunca mais, de novo. Quem sabe a vida não faça com que a gente se esbarre outra vez, só pra sorrir mais um pouco, sem se lembrar do passado, nem mesmo de Orlando, certo?
No que eu quero chegar com isso é que, toda essa ladainha que eu acabei de falar tem a ver com o que eu disse lá em cima ‘’às vezes é melhor esquecê-la e só lembrar dela quando ela se lembrar de você’’. A explicação é a seguinte: eu havia a esquecido, a deixado no tempo, na vida... Fomos crescendo, mudamos de colégio e nunca mais nos falamos, e de repente, nos encontramos de novo, conversando, nos dando a maior atenção. E não, não foi bem ela que se lembrou de mim ou da nossa amizade, muito menos eu, mas a vida se lembrou, e uma coisa que não me fazia feliz há quatro anos, me recompensou e me fez feliz completamente por um dia ou uma madrugada inteira. Meio bobo, mas, essas ditas ‘’reflexões’’ me fizeram perceber que essas bobagens são tão importantes quanto qualquer outra coisa, elas te fazem triste ou feliz pelo resto de um dia inteiro, ou pelo menos momentaneamente. E a vida é tão, mas tão uma grande piada, que no final das contas, quando você para e pensa, inevitavelmente acaba rindo de tudo aquilo, seja por desgosto ou pela felicidade da ocasião, que sempre te gera uma outra felicidade momentânea inexplicável, em uma hora sempre muito inoportuna.

B.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

de repouso já uns 5 dias.

Sabe, o que eu gosto na Bianca é que ela é totalmente sem ponderações e direta. Achei legal essa veia revolucionária que ela escreveu abaixo. Eu, ao contrário, nunca tive esse ímpeto... Na verdade, apenas por algumas "ambições universais". Voltaremos nelas mais tarde. Por hora, prosseguirei com o skate da Bi. Eu nunca soube andar de skate. Nem patins. Bicicleta sem rodinhas, provavelmente, apenas uma única vez, 8 pontos no cotovelo e a cabeça enterrada no chão. Ao contrário do que parece, eu não acabei de ser descongelado. Mas até que seria bom, porque a água em estado líquido provavelmente me mataria. Aham, também não sei nadar.
Apesar desse aparente azedume sem fim, considero que quem gosta de skate e motos, em geral, tem algumas coisas em comum. Além de flertar com a morte (os habilidosos) ou, no caso dos menos favorecidos, como eu, realmente sobreviver seria uma prova de habilidade. Mas o ponto é, e eles mesmos dizem: LIBERDADE! Sim sim, em letras maiúsculas e algum dia talvez domine esse blog a ponto de colocar um sonzinho gritando simultaneamente.
"o bom mesmo é sentir o vento nos cabelos, ficar em velocidade e suar muito, mesmo tendo um ventilador em nossos rostos... É ter aquela sensação boa de liberdade, de quebrar regras, mesmo que quebrar regras não tenha muito a ver com andar de skate." Realmente, considero que não tenha. Afinal, as pessoas mudam as regras com o tempo. Mudam os costumes o os motivos. O que já foi usado como protesto, como identificação de criminosos hoje é cool. Talvez daqui algum tempo as pessoas passem a ver o skate como a salvação dos diabéticos. Não duvido. Mas, sucintando (se o gerúndio existe, por quê não?) acho que a sensação de tal liberdade é universal. Engraçado, não? Spinoza era um que adorava isso. O indivíduo e o coletívuo hahahahaha.

Eis que chegamos em uma conclusão, pelo visto. Quase todos os gestos, costumes, ações e ideias volatilizam-se com o tempo. Mas, reparem como algumas coisas causam uma sensação universal. O skate é um meio material para se alcançar uma sensação: a liberdade. Sorte de quem anda. Acho que após subir em um, quem anda gostaria de ficar lá a vida toda.

Mas... Porque a sensação da liberdade nos inebria tanto? Faz com que nos atiremos de pontes (pra vocês verem como não sou tão chato, já pulei duas vezes de bungee jump), andemos a muitos por hora em veículos, voemos... Enfim. Será que não somos realmente livres? Não vou puxar para o âmbito filosófico, apenas usar de estopim para comentar a película "V de Vingança".

P.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Fugindo do assunto.

Sexta feira eu estava vendo TV com o meu irmão, como todos os dias, às 9 horas em ponto, e de repente, enlouquecendo de canal por canal, acabamos assistindo um programa no qual tinha uma garotada andando de skate. Como eu já havia tido minha fase de andar de skate, me lembrei dos ‘’velhos tempos’’ (porque não faz tanto tempo assim), e me deu uma vontade avassaladora de ajustar todo o meu skate novamente, ligar para todos aqueles pivetes que andavam comigo pelos cantos e botar pra quebrar, literalmente, porque aqui não é TV, não é verdade? Sim, nós caímos e nos machucamos... E eu, como a mais inexperiente, claro que me bato terrivelmente quando faço alguma coisa errada, e para ser totalmente transparente, também não sou como aquelas meninas psicodélicas da TV, que pegam o skate e saem dando mil manobras em qualquer relevo que há na rua. Se eu tiver a façanha de dar pelo menos cinco manobras, já é muito. Na verdade, nunca tentei de verdade, sou daquelas que desistem de si próprias quando não conseguem da primeira vez. Mas na minha opinião, o que vale é gostar de andar de skate mesmo sem saber fazer coisas incríveis em cima dele, o bom mesmo é sentir o vento nos cabelos, ficar em velocidade e suar muito, mesmo tendo um ventilador em nossos rostos... É ter aquela sensação boa de liberdade, de quebrar regras, mesmo que quebrar regras não tenha muito a ver com andar de skate. Mas a verdade é que a sociedade, não vou dizer hoje em dia, mas sempre, sempre reprimiu qualquer outro tipo de estilo de vida diferente do estilo que se julga ‘’normal’’, não que o skate seja o meu estilo de vida, mas o preconceito é uma coisa que me incomoda, porque não só os skatistas, mas como os punks por exemplo, os góticos, os homossexuais, os caras paz e amor que ficam na praça vendendo o seu artesanato... Sabe, a sociedade, não estou incluindo uma pessoa ao certo, nem você ou o nosso presidente, mas no geral mesmo, a maioria das pessoas não aceita, muitos ocasionalmente lançam olhares desgostosos, as discriminam e as julgam com palavras ufanas sem ao menos saber o que elas são, se elas protestam por algo, ou apenas gostam de viver do jeito delas, sem machucar ou impedir a vida de ninguém. É uma pena que poucos tenham vergonha e tentem melhorar essa sociedade hipócrita em que nós vivemos, e sou muito satisfeita de fazer parte pelo menos desses 20% que se importa, mesmo que eu seja só uma, eu sei que eu faço a diferença ou um dia vou fazer, e que de um em um se forma um milhão, e mais um batalhão.
É... Pelo visto eu fugi mesmo do assunto, mas, voltando ao meu dia-a-dia, o que aconteceu foi que domingo eu acabei ligando para um amigo meu e o convidei para andar de skate em algum lugar, mas ele não podia andar depois das seis, que era a hora que eu pretendia ir, então botei meu skate na mochila e fui pra casa de uma amiga para começar a fazer um trabalho (detalhe na mamãe furiosa me perguntando se ela tinha cara de idiota de acreditar que eu iria realmente fazer um trabalho com uma mochila nas costas, sem nada além de dinheiro, um alicate e um skate), mas eu fui, mesmo contra a vontade dela, (mas o que eu deixo de fazer afinal, mesmo que ela se oponha? Bah, besteira...) e quase não me encontro de tão escondida que era a favela onde ela morava. O tempo se passou e demorei tanto na casa dela (não conseguimos fazer nem um quinto do trabalho) que acabei nem convidando mais ninguém para andar de skate comigo, andei sozinha por uma área imensa em volta da piscina (que por sinal, aquilo não poderia ser dito como só mais uma casa, era uma verdadeira mansão, mas que ainda estava em reforma. Sim, uma mansão, no meio de uma favela, o que era muito interessante e altamente perigoso. A casa é assustadoramente linda, tão surreal para mim que nos meus olhos, parecia com uma daquelas casas bilionárias de The Sims, com um jardim maravilhoso que visava perfeitamente bem o contraste que fazia da favela, com céu laranja e a grama quando o sol já estava se pondo). Tá que não deu pra matar aquela saudade indescritível que eu tava sentindo, até porque é bem mais legal andar com os meus amigos do que sozinha, claro. Eles fazem sim todas aquelas coisas incríveis que a gente vê na TV, mas as quedas são muitos mais reais. Rimos de tudo, e com todos os erros acabamos aprendendo uns com os outros, mas mesmo sozinha, perdida na mansão, deu para aproveitar.
Talvez você até esteja pensando, ‘’Uma menina andando de skate? Com um monte de marmanjão pelas ruas de Belém? No mínimo ela é uma biscate que não cobra nada para ser comida e ainda se machucar andando de skate, ou ela é muito, muito macho. Ou então todos os amigos dela são idiotas, igual à ela, que seria uma grande poser empolgada segurando um skate.’’ Bom, não é bem assim. Eu não sou uma biscate, e por sinal, eles me respeitam muito e tem bastante carinho por mim. Mas também não sou uma menina com bolas no meio das pernas, eu sei me portar. Admito que me visto bem jogada, inclusive meus pais reclamam (mas do que eles não reclamam?), e não dou a mínima mesmo, me arrumo do jeito que me parecer melhor e mais confortável, e o que irá aparentar para outros que se dane. Uso camisetas, calças ou shortes, e claro, um tênis, mas não chego a ter um jeito masculino. E por falar em tênis, dificilmente me vêem calçando outra coisa, a não ser quando os calos já estão me matando. E não, meus amigos não são uns idiotas, sabem andar de skate perfeitamente bem, e andam já faz algum tempo. E não, eu não sou uma grande poser empolgada segurando um skate, sabe, é o estilo de vida deles, mas para mim, é só mais um esporte que eu pratico e gosto, e como mencionei lá em cima, não é preciso saber fazer coisas incríveis em cima de um skate, o que vale é gostar, e sentir o que ele te passa de bom.
Então, ano passado quando descobri que eles andavam também, me lembrei que eu ainda tinha o meu skate, que ganhei quando era da quinta série, que já estava velho, acabado e entocado no canto do meu quarto, mas pensei, por que não? Então eles me convidaram para andar, e ao longo do tempo fui trocando minhas peças velhas por melhores, mas como eu sou muito chata com essa coisa de gastar meu próprio dinheiro, fui pedindo deles o que eles podiam me dar, o que tinha de reserva em suas respectivas casas e, Meu Deus... Eu os suguei tanto que quase montei um skate novo, ganhei rodas, amortecedores e até um truck do pai do meu amigo, só o shape que foi eu mesma que comprei, economizando todas as manhãs com o dinheiro do lanche da escola, que eu fazia questão de pegar todos os dias algumas notas de cinco reais da bolsa da minha mãe (emagreci dois Kg só nessas duas semanas sem comer, o que não foi ruim), e por fim, ele ficou super bom de andar. Ele é bem bonito até, tem rodas amarelas, o truck é prata com amortecedores vermelhos e o shape dele é todo colorido, com o desenho de um menino psicopata, rodeado de abóboras com caras de psicopatas também.
Tá certo que uma menina não fica nem um pouco sexy, muito menos feminina em cima de um skate. Principalmente em volta de um bando de meninos, ela nunca é vista com bons olhos. Mas quem se importa? Bom, eu não me importo, e só quero viver e gargalhar do jeito que for necessário, sem a audácia de gente inescrupulosa.

B.

domingo, 23 de agosto de 2009

Nessa conversa informal, quem responde agora a pergunta do Pedro é Bianca.
Bom, caro amigo Pedro,
A vida é, indubitavelmente, uma grande piada, independentemente de qualquer coisa ruim que possa acontecer. Porque se formos analisar, a vida é sucessivamente vivida de tragédias, afinal de contas, antes delas sempre haverão as tentativas e a esperança, o que é essencial, mas sempre prevalecerão os acertos, e a tragédia é apenas uma consequência de uma coisa que, não era para dar certo. Rir, é uma das reações do ser humano para esquecer os seus problemas, tanto que, sempre que caímos, escorregamos ou tropeçamos, rimos de nós mesmo, porque nada como rir para não tornar algo mais constragedor ainda. Pensar que a vida é uma piada tornou-se um lema (pelo menos para mim), que ajuda a esquecer as tragédias, os erros, e pensar que é/foi tudo uma grande bobagem, que devemos continuar sem problemas. É como um estimulante, como um copão de água depois de uma dura partida de futebol, entende? Você cai e se machuca todo, mas derrepente se depara de como aquilo foi ridículo, o que nós fizemos, de como alguém ou até mesmo a própria vida foi ridícula com você, te passou a perna, e simplismente ri. Acho que faz parte, e rir é indubitavelmente eficaz.
Mas então Pedro, a próxima pergunta é, se uma coisa nos faz feliz, por que nunca estamos satisfeitos? Por que sempre tentamos extrair o máximo de tudo que temos? E porque em certos casos, ela morre? Talvez pareça uma pergunta muito fácil de se responder, mas eu sei que você pode me da uma resposta muito melhor do que uma resposta simples e básica.

B.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Um certo grau de explicação.

A Bianca e eu, (pedro) resolvemos criar esse blog como um espaço democrático aberto. Trocando em miúdos, é uma espécie de "converso com você quando você não puder". Fato, tem um certo teor egoísta nisso. Já pensaram como é interessante, você poder contar seus problemas pra alguém e saber, de certa forma, que hora ou outra essa pessoa irá ler e "te" responder? Ok, não tem uma aplicação prática, real e fática. Encaremos como um mero capricho. Um mero canal de expressão e dissolução de ideias. Aqui tentarei (de minha parte, afinal não posso falar pela Bi nem por ninguém) discorrer um pouco sobre o que leio, assisto, escuto e vejo. Há muito de interessante para se ler, acreditem.
Por final desse começo, fica a pergunta, Bianca. Se a vida é, indubtavelmente, uma grande piada, qual a graça das tragédias? Há como rir?

P.