quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Felicidade momentânea.

Algumas bobagens sempre me tomam a felicidade que consegui durante um dia inteiro, e a felicidade que não consegui durante um dia inteiro, no fim do dia, com qualquer gesto bobo me fazem feliz. É estranho pensar como alguma coisa pode te fazer tão mal e ao mesmo tempo tão bem, às vezes é melhor esquecê-la e só lembrar dela quando ela se lembrar de você.
Ontem mesmo eu estava pensando na minha viajem de férias para os Estados Unidos. Relembrando de uma menina que estudou junto comigo por um bom tempo no colégio Santa Rosa (já saí de lá faz quase quatro anos) e a reencontrei em um dos grupos da minha excursão. Ou seja, não a via fazia quatro anos, ela está tão diferente, tão crescida, obviamente. E ainda com toda aquela energia contagiante que sempre havia me feito sorrir, e pelo que bem me lembro, éramos muito amigas naquela época, amigas do tipo de contar segredinhos, jogar bola juntas e até trocar de calcinha no mesmo banheiro depois da aula de educação física na piscina. E então na viajem, dentre farras e mais farras, de quarto em quarto, de pessoa por pessoa, nos falamos, e em um olhar mais atento, nos reconhecemos. Claro, não pude deixar de me lembrar daquele rosto que tanto já me fizera caretas, e pelo o que pareceu, ela também tinha se lembrado muito bem de mim. Logo, demonstrando um rosto feliz (dessa vez não foi careta), um tanto de surpresa com uma mistura de saudades, me deu um abraço, e mesmo não me conhecendo tão bem, afinal, havíamos passado anos sem contato, até se sentiu íntima o suficiente (teve a cara de pau) para me fazer um convite que poucas aceitariam: se vestir de homem junto com ela, sair do hotel e mexer com as gringas de biquíni lá fora (sim, eram 4h da manhã e foi exatamente isso que nós fizemos, sem falar que estava lotado de gringas com biquínis lá fora, mas pula essa parte). O mais legal (e hoje na minha visão, impossível, porque não me vejo mais conseguindo ter a mesma resistência para isso), é que tínhamos todos os dias a mesma responsabilidade de acordar às 7h da manhã para nos arrumar e sair às 8h para o próximo parque, mesmo com aquelas madrugadas badaladíssimas. Dormir todos os dias 6:30 da manhã e acordar às 7h já tinha virado rotina, e era o suficiente para nos segurar o dia inteiro (dormíamos no ônibus ao caminho dos parques, nas filas e nos vôos, claro).
Umas das coisas mais interessantes de todo esse encontro, foi que não fizemos questão de ficar relembrando nosso passado, como qualquer um faria. Vivemos aquilo ali, naquele momento, aquele agora, que durou tempo o suficiente para me fazer feliz de novo. Acabei conhecendo o resto dos amigos dela, até o filho do embaixador rs (longa história) e pedimos pizzas com refrigerantes para comermos no quarto deles (que no final das contas, saiu o olho da cara, e ainda tinha mais os dez por cento da entrega no quarto, mas ela e os amigos dela foram tão gentis comigo que nem pediram ajuda para pagar, disseram que ficava por conta, que não tinha problema), e era o único quarto por sinal que tinha um note book e funcionava internet do hotel inteiro, (sim, usufrui bastante das coisas deles) tirando o quarto dos guias, que também tinha, mas não podíamos usar. E enfim... Voltando à menina. Sabe, eu nem me lembrava mais dela, e por sorte do destino nos vimos de novo, e não em Belém, mas em Orlando, e depois de lá, não nos vimos nunca mais, de novo. Quem sabe a vida não faça com que a gente se esbarre outra vez, só pra sorrir mais um pouco, sem se lembrar do passado, nem mesmo de Orlando, certo?
No que eu quero chegar com isso é que, toda essa ladainha que eu acabei de falar tem a ver com o que eu disse lá em cima ‘’às vezes é melhor esquecê-la e só lembrar dela quando ela se lembrar de você’’. A explicação é a seguinte: eu havia a esquecido, a deixado no tempo, na vida... Fomos crescendo, mudamos de colégio e nunca mais nos falamos, e de repente, nos encontramos de novo, conversando, nos dando a maior atenção. E não, não foi bem ela que se lembrou de mim ou da nossa amizade, muito menos eu, mas a vida se lembrou, e uma coisa que não me fazia feliz há quatro anos, me recompensou e me fez feliz completamente por um dia ou uma madrugada inteira. Meio bobo, mas, essas ditas ‘’reflexões’’ me fizeram perceber que essas bobagens são tão importantes quanto qualquer outra coisa, elas te fazem triste ou feliz pelo resto de um dia inteiro, ou pelo menos momentaneamente. E a vida é tão, mas tão uma grande piada, que no final das contas, quando você para e pensa, inevitavelmente acaba rindo de tudo aquilo, seja por desgosto ou pela felicidade da ocasião, que sempre te gera uma outra felicidade momentânea inexplicável, em uma hora sempre muito inoportuna.

B.

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