Crianças brincando,
Meninos montando traves,
Construções inacabadas,
Prédio fabulosos,
Com uma favela ao lado.
Casas de madeira,
Feitas com o próprio suor do trabalhador.
Também vejo árvores.
Árvores com folhas verdes,
Árvores com folhas secas,
E árvores sem folha.
Pessoas voltando para suas respectivas casas,
Gente solitária,
Gente doente,
Pobres engravatados.
Afortunados somos nós,
Que ainda temos tempo para apreciar o céu.
Uma rua com duas faces.
E em torno de tudo isso,
Nuvens que parecem nos engolir.
É uma pena que todas essas pessoas cansadas
Nem imaginem o quanto o céu está bonito daqui de cima.
Por mais simples que esteja,
É sutilmente bonito.
E agora eu vejo luzes.
Todas elas depois das seis,
Começam a se acender.
Mais contraste.
Um pouco mais de vida, de amor.
O céu ainda alaranjado.
O lado bom inevitavelmente permanece.
Mas o que seria o lado ruim?
Procuro descobrir em que banco devo me sentar
Para melhor capturar a brisa.
Logo descubro que nem no de lá,
Nem no de cá.
Pra tudo existe um meio termo,
Então deixa estar.
B. (fim do meu dia)
Não deixa o samba morrer, não deixa o samba acabar.
ResponderExcluir