sexta-feira, 25 de junho de 2010

Por outras (O texto sem nome).

Bem vês que eu não soube morrer por outras. O meu grande dia está chegando e quem sabe, se Deus quiser, você aparecerá de novo, crucificada em uma cama, cruel e realista; e distraída, eu espero. Porque logo irei pedir que me arranques a carne e me devolva o coração. Pois eu preciso dele bem vivo, caso contrário o que eu sou não irá aonde vou. E o que eu sou exatamente, você sabe melhor do que ninguém. Mas como sempre, abusaste da minha e da paciência de todos que um dia me ouviram falar em você, garota maldita. Onde você andou por todo esse tempo?

Em breve te encontrarei pelas ruas de novo, certamente com um poço escuro em baixo dos olhos que brilham. Embriagada como todas as outras vezes que te vi por aí - nada muito raro, eu sei -. E quando isso acontecer nem os remédios me adiantarão. Porque você sempre volta, como tudo o que já passou e voltou na minha vida. E então eu enxergo o que acabou renascendo de novo. Literalmente das cinzas. Dessas que caem do seu cigarro e rolam pela minha roupa. Deixando-me com aquela leve sensação de que... Eu te odeio – que novidade -. Mas bem vês que eu não soube morrer por outras. Me fizeste perder todo o juízo que eu havia ganhado nesse tempo sem você.

16-06-2010

B.

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