Existem misticismos sensacionais em nossa cultura. E um que gosto muito é o do vestibular. Aquela atmosfera. Aquela apreensão. A competição. Superação. Pressão. Diversas variantes não tão variadas que sepultam milhares de jovens todos os anos. E diante do tempo que se tem até ao fatídico dia, essa atmosfera começa a ser feita. E se densifica.
Vontade e Estratégia.
Duas palavras fundamentais para tudo. Do início. Rousseau estava certo em defender o autoconhecimento. Todos nós devemos buscar isso em dois momentos em nossas vidas: o primeiro, é o mais rapidamente possível. E o outro, toda vez que nos depararmos com algum obstáculo. Dá para perceber como esse exercício deve ser frequente, não? Muitos teorizaram sobre o autoconhecimento durante a história. Os livros dessa sessão fazem tanto sucesso hoje, que no ano de 2006, segundo a Câmera Brasileira do Livro divulgou, suas vendas cresceram 10,58% em relação ao ano de 2005. E a cada ano isso se repete.
Mas, se as pessoas tanto procuram e buscam a interiorização, porque são raros os que conseguem? Realmente, é algo muito difícil. E igualmente simples. Continuem alimentando as editoras e leiam sobre. Enfaticamente, o importante é ser mais específico nesse caso. Saber aquilo em que você é bom e ruim, a nível de currículo escolar. Isso todos nós sabemos, suponho. Pode ser chocante descobrir que você é bom em duas matérias e tem baixo desempenho em todas as outras. Mas isso é irrelevante.
Bianca, um time que só sabe atacar, que conta com uma zaga fraquíssima, caso precise se defender em determinado jogo, está fadado à derrota. O esporte é um exemplo claríssimo de estratégia. Apostamos naquilo que somos bons. O time que sabe atacar, ataca. O que sabe defender, defende. E o que não se destaca em nenhum? Esse está muito bem. Pois encontra o equilíbrio. Voltaremos nele depois.
Percebemos que, ao se concentrar naquilo que você é bom, existem maiores chances de sucesso. Portanto, se você é muito bom com cálculos, precisa se dedicar a isso e não perder nenhuma questão. É aí que entra a Vontade. Para se dedicar é necessário paixão. Envolvimento e crença. Não em ninguém, por favor. Em você mesmo. A desconfiança em si, é o maior obstáculo para tudo. Indo desse extremo ao outro, a maioria das pessoas consideram que quem é extremamente charmoso, é por passar segurança e ter autoconfiança. Ah-há!
Se você tem um objetivo, apaixone-se pela sua conquista. Se você não conseguir, é porque o objetivo não é exatamente seu. (...) Com paixão, podemos abrir mão de outras coisas pela dedicação. Aguentamos o cansaço, a dor e a tristeza, conseguindo manter foco naquilo que fazemos. Pois gostamos e nos dá prazer. Sei que estudar ou qualquer coisa que lembre isso é chato à beça. Mas enquanto for visto como sacrifício, é o que sempre será. E sacrifícios servem apenas como medidas paliativas, ou seja, para abrandar, atenuar. Empurrar com a barriga.
É como a questão do dinheiro. Enquanto o dinheiro for associado à tristeza, infelicidade e desgraça, nunca o teremos em excesso. O caminho para adquirir fortuna é mudar a imagem que temos do dinheiro. (T. Harv Eker sabe melhor do que ninguém). A questão não se baseia inteiramente em estudos. Aquele que odeia estudar, por ter autoconhecimento, não se apoiará nisso. Irá procurar outros métodos que substituam o estudo entediante. É esse o poder da estratégia. Fazer com que os mais fracos, menos habilidosos e menos numerosos consigam vencer. Pois sabem em que são bons e especulam o que os outros são ruins. E lá atacam. Se você é bom em matemática, tem grande vantagem. Pois é nela que a maioria é ruim.
Porém, o vestibular "exige" o equilíbrio. Exige o time que sabe atacar e se defender. Estudar para o vestibular, para passar de ano na escola é... buscar o equilíbrio. Em que você é bom, continuar. Em que é ruim, melhorar. Sim, isso é óbvio. Ninguém fica de recuperação na matéria que manda bem. Mas pode mandá-lo em todas. Todo sistema segue um padrão. De confecção e estudo. Os padrões não nos são passados. Temos que perceber. Os que percebem são primeiros lugares gerais. Como perceber?
Se conheça. Busque suas fraquezas e virtudes. Se firme no que é bom, para melhorar o que é ruim. Vise o equilíbrio. E procure sempre pelos sistemas e métodos de estudo das matérias. Apaixone-se e acredite em si mesmo. Vontade e Estratégia.
Mas não se esqueça de descansar. Quando o estresse atingir o máximo, pare de estudar, divirta-se, coma, durma, faça outra coisa que te dê prazer. Assim como o atleta que malha em excesso, todos os dias, sem descansar, acaba com sua musculatura e a impede de crescer e ganhar potência - já que esta, o faz em repouso e em sono - aquele que se dedica a qualquer coisa sem descansar não absorve e se desgasta, até a destruição. (No caso da musculação, chamado de Overtraining).
P. , na madrugada e ouvindo Feist.
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