quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Primeiro parágrafo

E o vento soprou. Pouco a pouco todas as folhas levantam voo, ricocheteiam no ar, entre elas, comigo, e caem. Passei os últimos anos tentando decidir entre a beleza de se sair de um lugar para alcançar um novo com novas folhas e a tristeza de deixar as folhas antigas, devido à força do vento que lhe arrasta para longe delas. Enquanto as folhas caem, uma a uma, começo a me dar conta sobre a importância de cada uma delas para mim. Na última vez, a cidade mantinha tons de cinza, de monotonia e introspecção. Agora minha inspiração se deve unicamente ao fantástico brilho de cada uma dessas folhas... e chegou a hora de contá-las nervura por nervura. Este é o começo da última carta a mim mesmo, e é assim que eu começo a contá-la para vocês...

P.

3 comentários:

  1. Nossa Pedro!Que texto claro e inspirador...certamente não preciso lhe dizer que escreve com muita sensibilidade...conheci há pouco tempo este blog e fiquei muito otimista de ver que ainda "temos" jovens que pensam e, acima de tudo, amam...sei que praticamente não nos conhecemos...quando eu estudava pro vestibular, morava na casa de sua avó e o conheci muito pequenininho...ultimamente tenho me indagado de quem seriam os méritos de sua formação...não concordo com tudo o que escreve,mas respeito imparcialmente seus "devaneios"...admiro muito seu tio,sua mãe e sua avó...se eu pudesse encontrá-los lhes diria da imensa satisfação que é poder enxergar suas folhas secas nesta colcha de retalhos...foi muito bom ler este texto...sei que somos de gerações diferentes,mas este refúgio que econtrou na forma poética de colocar as palavras é o tipo de quintal que gosto de visitar...parabéns e sucesso! Encaminhe abraços...

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