Enquanto eu riscava o papel, ela perguntou se eu estava fazendo algum tipo de poesia. Sorri. Então esticando o braço, pediu para ler. Dei-lhe a folha e falei para que não se decepcionasse, pois ali não encontraria bem o que pretendia. Após alguns minutos, ela disse que havia sim poesia ali, embora não houvesse verso algum. Mas sim, definitivamente havia poesia. "Sem verso, não há poesia, apenas prosa comum". "Você se julga poeta e consegue dizer uma coisa dessas, que implica em não existir poesia no olhar, ou na natureza e coisas do tipo? Apenas onde há verso? Ora, poeta... Faz muito tempo que rima deixou de ser poesia e tenho certeza de que é o certo!".
E também faz muito tempo que poesia deixou de ser beleza. Nunca me considerei um poeta, creio que não disponho de habilidade e talento para tanto. Para expressar o que querem, os poetas usam de muitas coisas iguais e tão difíceis quanto. Eu não sei esconder a beleza. O verso esconde o raciocínio. Quem me dera ter essa destreza! Eu apenas enxergo a beleza das formas e busco sua essência. E as escrevo como são: com ritmo. A prosa com ritmo é perfeita pois é como nós pensamos. E são nossos pensamentos que dão esta beleza às coisas. Raciocínio é ritmo. Como gostaria de saber rimar a beleza!
"De qualquer forma, ficou muito bonito..."
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