terça-feira, 27 de setembro de 2011

Here comes the price...

Entre o olhar para a fechadura com ar de preguiça e para as chaves, com certa impaciência diante de tantas inúteis e nenhum sinal da correta, algo escorregou entre a porta do elavador e a de casa. De repente a fechadura concêntrica e recém trocada se desfez de sua forma sem graça e proveu-se de irritação. A chave não entrava e eu perdia hora.

Acabei entrando pela cozinha, naquela estratégica porta dos fundos - você chega lá, mas todos perguntam como você foi parar ali. As chaves já estavam na mesa, a mochila na primeira cadeira com espaço suficiente para manobra e o calcanhar esquerdo começava a ceder o tênis diante das investidas do outro pé. Tudo bem, tudo normal.

Lá estava ela - ironia de uma fase sem inspirações personificadas e repleta de imaginação - sentada. É melhor nem imaginar nesta parte específica. Por mais que algo ou, para os menos voluntariosos, o acaso se encarreguem de livrá-la de nossas rotinas, até mesmo os atalhos que pegamos nos levam a algum lugar - ora, qual utilidade teriam se não fossem direto ao final daquele caminho que havia sido impedido ou que não quisemos pagar o preço? Imbecil foi a pessoa que chamou "paciência" de faculdade menor de nossa maior, a "consciência". Esqueçam a razão... ela é apenas um estado de concordância de nossa consciência conosco. Só então, achamos ter razão. Ambas não têm a menor relação (paciência e consciência). Nossa consciência não espera.

Ela não disse nada. Consciente de que possui muito mais poder do que os que falam e não são ouvidos por nós. Ela apenas estava fazendo uma visita. "Olhe, eu continuo aqui, quando você vai me seguir?" Bem que ela poderia falar algo... Seria uma justificativa aos que pedem: "ouça sua consciência". Mas ainda sim, silêncio aos que acertadamente preferem: "siga sua conscîencia". Eu a ignorei ultimamente.

"Diga algo", penso. Nada. Eu simplesmente sei que balbuciar qualquer mentira será inútil. Não vou tentar enganá-la... Seria demais. Eu apenas peço paciência, para que não me perturbe até eu terminar estes caminhos. Mas ela não é paciente e faz com que eu me pergunte: tais caminhos são atalhos? Se sim, há um preço... Sempre existe um preço. O que sua consciência diria? Deve-se ou não pagá-lo?

P., cuja consciência não deixou ficar mais tempo longe do Sp/Pa Connection.

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