É engraçado. Aqui na beira da piscina eu inclino minha cabeça e vejo metade de um céu que não é meu, claramente indo embora. E a outra metade vai se escurecendo, ficando do meu tom, bem azul marinho. Logo a primeira estrela da noite aparece. Ela que é tão pequena comparada ao sol ou a lua e tão grande comparada a mim. Olho fixamente para aquele ponto de luz apaixonado e faço um pedido. Não sei se esse é o certo, um pedido à primeira estrela da noite, mas isso não importa, porque eu sempre o fiz e tornou-se hábito acreditar em algo assim, tão inefável. Então, também pela primeira vez, não pensei em um pedido relacionado a você. Digo, pensei. Mas justamente pela arte de pensar - dessa vez o certo - que não quis que você estivesse incluída nele. Não quis que você invadisse o céu que naquele momento era todo meu. Não quis te tornar real ou mesmo imaginária de novo. Não quis que nada desse certo e sim que desse tudo errado, dessa vez, sem você. Nesse instante o céu se escurece por inteiro, tornando-se azul marinho por completo. Agora mesmo ele não é todo meu, ele é mais do que meu. Mais do que meu assim como a rosa que ganhei. Mais do que meu assim como o objeto que me roubaram. Sim, me roubaram agora à tarde, mas esse objeto sempre será meu. Já a rosa, um belo homem me presenteou. E esse homem, por mais que nunca seja meu por completo, será sempre o meu eu, a metade que me enlouquece. E a outra metade que sempre será minha, mais do que minha, bem, ela agradece muito encantada.
B. observando as estrelas. Dessa vez, na beira sacada.
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