domingo, 14 de março de 2010

Que chova todo dia...

Hoje choveu. Fazia tempo que não chovia. Antes de chover, saiu Sol. E depois também, o que foi bastante impressionante, já que fazia algum tempo que tudo estava muito nublado. A chuva se tornou mais forte, eu calcei meus tênis e saí. Corri. Tornei-me carro, rolei pela relva e gritei: "eu estou vivo!" Não havia muitas pessoas na rua, quer dizer, pelo menos eu não as via, me perguntei se também estariam se sentindo vivas ou se, simplesmente, a chuva era forte demais para elas. Foi no último dia de Sol, que eu comecei a me tornar forte demais para mim mesmo, e isso me trouxe problemas. Loucura.
Minha loucura trouxe a chuva, a sanidade e o Sol. O único caminho, parece, para encontrar a sanidade é se perder em meio à loucura. Eu passei uma semana difícil, em busca de paz e sanidade, eu apenas procurei alguém que pudesse dividir minha cama comigo. Mas esse alguém só divide sua cama com o medo. Eu queria alguém para tornar meus princípios, nossos princípios. Mas ela já tem os dseus princípios. Por fim, quem veio dividir a cama comigo, foi a loucura. Inclusive, antes de chover eu chamava de leito...
Foi tudo bastante sutil, não sei se morri, se o carro que passou me atropelou ou apenas me molhou, se eu estava rolando na grama ou morro abaixo, não consigo distinguir, ainda não estava molhado o bastante para recobrar minha sanidade e perceber que sim, eu ainda estava vivo.

Vida engraçada essa, que vivemos apenas para continuarmos vivos, mas só percebemos que o estamos, quando estamos prestes a morrer. Vida engraçada essa, que nos reserva loucura para recobrarmos a sanidade, que nos reserva amor para lembrar que ela o tira de nós quando bem entende. Vai entender essa loucura...

P., que estava louco o suficiente para não se perceber no filme "Ilha do Medo", mas que precisou de um banho d'água fria para notar que não era filme, apenas a lembrança de sua semana...

Nenhum comentário:

Postar um comentário