sexta-feira, 7 de maio de 2010

(O não-texto) Não obrigatório.

''Guardei um pedaço daquele rosto. '', foi o que ela disse. É engraçado como conciliamos pessoas com algo agradável ou característico delas. Há pessoas que me lembram sorrisos, mas sempre tenho várias expressões em mente, e dentro dela eu tenho corpo, andar, pele, olhos e sinais. Há pessoas que nos lembram músicas. Há músicas que nos lembram pessoas... Tem gente que vêm para nos deixar mais vivo. Tem vida que vem para nos deixar mais gente.

Há um som que me lembra Bethe, há um livro que me lembra Camila. Há muita coisa ao redor e para cada uma que olho me vem alguém, ou melhor, expressões na cabeça. Quaisquer que sejam. Eu poderia passar o dia todo aqui, montando uma lista de pensamentos incansáveis. Mas aí eu seria obrigada a dizer que tem beijo que me lembra Arissa e tem carta que me lembra Sol... Que tem pedra que me lembra Pablo e tem texto que me lembra João. E é nessas horas que eu seria obrigada a dizer para você, leitor, que isso aqui não é um texto obrigatório e que você realmente não precisaria ler. Porque seria atordoante ler um texto como se lê uma lista de super mercado.

Mas só para citar mais uma vez... Tem despedida que me lembra Drika e tem blog que me lembra Pedro. Acontece que se fosse uma lista, de fato, seria pesado e cansativo, assim como minhas memórias, mas tudo que eu vejo aqui flui extremamente calmo e sorrateiro. Você vê, tem coisas que eu não esqueço, mas prefiro não transformar em uma lista. Para mim, esse texto é apenas uma lembrança. Esse texto não é um texto. Isto aqui é apenas corpo, andar e pele; talvez olhos e sinais. Tem coisas que não voltam mais. Tem dias que a saudade vem. Tem dias que eu apenas não ligo. Não-textos como esse são apenas conciliações de letras com alguns sorrisos, pensamentos repentinos e flashes de imagens coloridas, em preto e branco ou em câmera lenta.

B.

Um comentário: