quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Dita ''aventura''. Com remédios, eletrônicos, roupas e você mesmo.

Eu tenho a sensação de que quanto mais longe eu fico de casa mais perto eu pareço estar em algum lugar, digo, um lugar bom para viver, para conhecer, com novos aspectos, novas pessoas e uma vista bonita, pela qual eu sempre prezei. Como o Pedro já disse, com os meus remédios, meu Ipod e as minhas roupas preferidas não me parece faltar mais nada para permacecer feliz, quer dizer, mais feliz, e o melhor, ser quem eu quiser. Porque embora toda a ocasião eu sempre serei eu mesma, tola, sincera, compreensiva, gênio forte, coração mole e muito mais, algo que vai muito além do que só ''aquele caubói daquele filme''. As ocasiões aqui vem sendo: calor, muito calor. Nesse momento eu não sou branca nem negra, eu sou rosa, assim como o Pedro, na verdade estou mais rosa, mas ele tem a sorte de ser assim por natureza, como um gringo, já eu, estou mais para uma nativa, quem não quis pegar um bronze mas não teve escolha, a marquinha da manga da blusa me condena.

Já perdi as contas de quantas cidades de nome estranho eu já passei, não gravei o nome de nenhuma, claro. Eu estou em uma dita ''aventura'', como fala o meu pai. Uma viagem de carro Belém-Brasília e ao longo disso nós vamos parando nas cidades mais interessantes, que nos parecem mais civilizadas, seja para dar uma volta por lá ou só para dormir e voltar para a estrada no dia seguinte, às cinco da manhã. De fato, uma aventura. Só agora que arranjei um tempo para escrever, tive uma oportunidade, uma estrada com menos buracos e agora cá estou eu, sem muitas ideias nem muitos amores. Por um milagre é a primeira chuva que nós pegamos no meio do caminho, mas com chuva ou sem chuva a vista das serras ainda é muito bonita.

Acabei de voltar de uma casa de uma senhora que eu não sei o nome e que também não sei em que cidade fica, como eu já disse, não gravo nada, só sei que o lugar era bem humilde, a casa era no meio do ''morro'', no meio do nada, lá eu comi uma galinha caipira logo ao lado do próprio galinheiro, com aquele cheirinho de fezes de todos os animais que haviam lá que hmmm.. Trágico, mas é verdade. O pior de tudo é apesar do estado do lugar a comida estava boa, mas quando aquele cheiro entrava pelo meu nariz, que era toda hora, me dava vontade de pôr tudo para fora. Só disse isso para concretizar a parte na qual eu citei ''aventura''. Adoro as ''aventuras'' do meu pai.

Ao contrário do Pedro eu ainda tenho os meus remédios, na verdade um estoque deles, que me ajudaram na má digestão depois daquele almoço, a maior parte das minhas roupas estão limpas e a bateria do meu Ipod ainda está pela metade, por sorte, pois esqueci de colocá-lo para carregar no último hotel, eu estava cansada de mais para isso. Mas não há mais tempo para ficar cansada, a minha viagem está só começando por aqui e eu fico pensando em quem eu me tornarei quando a próxima cidade chegar. Isso eu não sei ao certo, ninguém sabe, mas a resposta final o Pedro já disse e eu concretizo [serei quem eu quiser, mas sempre serei eu mesma]. Agora é só esperar chegar lá. Boa viagem para você também Pedro!

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