quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Faiado (caubói de araque), no cauboiês.

Não importa onde você estiver. Algumas coisas te acompanham em todo lugar. No mundo todo. OH, lógico! Mas é muito mais importante do que nós imaginamos. Se eu tenho meu café, meu iPod, meus remédios, minhas malas com tudo o que eu mais gosto de vestir e usar, um computador em qualquer lugar, do que mais eu preciso? Se eu tenho tudo isso, o que me impede que eu seja eu mesmo, em Belém ou em São Paulo? Principalmente, se eu entender que em certo ponto, "as coisas que eu possuo acabam me possuindo". Viajar não é só uma lição/experiência social, cultural e blablablá. É uma experiência com nós mesmos. Em algum momento, as coisas que você possui não estarão com você e, só vai restar uma coisa: aquilo que você realmente é. Melhor ainda: aquilo que você quiser ser. Quando o cenário muda, os figurantes mudam, o clima da peça muda, enfim, tudo muda, por que seu personagem não pode mudar também? Você pode ser aquilo que quiser. Mas... Ali pelas tantas, todos e você mesmo vão saber que, não importa quem você seja, encene ou creia que realmente exista, assim como suas coisas acabam te possuindo, você vai ser sempre o mesmo. O mesmo ator em papéis diferentes. Mas assim como os atores, nós ficamos marcados por certos papéis. E se fizermos algo muito diferente de nossas "personas" (tipo de papel que sempre interpretamos) vamos cair em desgraça e lembrar uma única coisa aos outros. "Não é aquele caubói daquele filme?"

Se vocês querem ser "aquele caubói daquele filme", não sei. Mas acho que, viajar, é a oportunidade de você ser "aquele ator daquele filme". E não o personagem. Esses mudam. Você é sempre o mesmo.

Ainda tem café na xícara. Não tem mais. Ainda tem café na garrafa. Acabou. Meu iPod está sem bateria. Meus remédios terminaram e minhas malas estão na casa do meu pai, e entendam que isso é... Bem longe. Num simples decorrer frasal, tudo aquilo que eu/me possuía foi embora. Mas eu ainda estou aqui. Não estou mais.

P., em viagem e pronto para compartilhar uma nova visão do mesmo ator de sempre. Só que mais caubói do que nunca. Boa viagem, Bianca! =))

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