terça-feira, 27 de abril de 2010

Ilustre e fosca.

Eu não posso ser fiel a tudo. Estou interpretando um personagem cheio de defeitos. Cheia de defeitos, interpreto a mim mesma. Decidi mergulhar em minhas ideias, mas estou indo tão fundo que na escuridão desse oceano vou sendo caçada por grandes peixes. Desisti de pensar em como irei voltar para casa, a partir de agora, apenas vou. Talvez eu não volte mais, pois estou desistindo de casa também. Eu me perco em minhas palavras, estou esquematizando o tempo todo. Então é aí que me esqueço de cada plano em uma sequência, pois nunca anoto nada, nada além de pequenos trechos de memória salvos nos rascunhos do meu celular.
Há alguns dias que durmo com o amor em minhas costas, assim, tão repentino, sem o peso de uma cruz. Ilustro prédios e imagens foscas. Ilustre garoto, de onde você veio? De certa forma, essa não é a minha pergunta mais importante. Suponho que assim terminará a minha noite, com a única certeza de que a qualquer momento uma resposta virá – certamente, como um balde de água fria.

B.

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